Em 1911, uma viúva com dois filhos deixa a cidade de Nova York para o território do Arizona, torna-se trabalhadora de um rancho e mais tarde é eleita xerife. Um jogador e um fazendeiro tornam-se rivais por seu afeto.
Furacão de Saias (The Second Time Around, 1961) é um filme de comédia romântica dirigido por Vincent Sherman e lançado em 1961. Estrelado por Debbie Reynolds (1932-2016) e Steve Forrest (1925-2013), o filme oferece uma história cativante, performances charmosas e uma dose de humor, tudo isso emoldurado em um cenário do Velho Oeste.
A trama gira em torno de Lu Rogers (interpretada por Debbie Reynolds), uma viúva vivaz e determinada que decide deixar a cidade grande e se mudar para o Oeste americano. Sua motivação é simples: ela está em busca de uma nova vida, um recomeço e talvez até mesmo um novo amor. Ao chegar a uma pequena cidade no Arizona, Lu logo se vê confrontada com uma série de desafios, incluindo machismo e resistência à mudança por parte dos moradores locais.
Debbie tenta encontrar trabalho na cidade, mas acaba trabalhando no rancho de Thelma Ritter (1905-1969), interpretando o papel da boa amiga/proprietária/confidente que sempre faz amizade com a protagonista feminina, papel comum dos anos 1950 e 1960.
É um bom elenco e o diretor Vincent Sherman (1906-2006) faz um bom trabalho mantendo a história leve baseada em um romance de Richard Emery Roberts. Há dois conflitos principais na trama, um triângulo romântico e a corrupção do xerife, que está por trás de muitos crimes, inclusive alguns assassinatos. Scott chama reforços para ajudá-lo a detê-la, um dos quais é um cara com uma adaga tatuada no braço, interpretado pelo Timothy Carey (1929-1994). Carey era um ator cuja aparência estranha e tamanho enorme o tornavam um vilão como em filmes como A Face Oculta (1961), Fúria de um Condenado (1958), entre outros.
Os cinéfilos colocam que Debbie Reynolds é ‘subestimada’ como atriz – mas a maior parte de sua produção da década de 1960 parece com os rejeitados de Doris Day. A personagem de Debbie aborda um feminismo pungente, ela faz com que as pessoas assinarem a petição de revogação do cargo e concorre a xerife. E adivinha? Essa mulher inexperiente, que nunca havia disparado uma arma antes e mal conseguia colocar sacos de ração em uma carroça quando chegou lá, vence a eleição.
Mesmo com os erros de roteiro, Arizona se tornou estado só em 1912, as mulheres não podiam assinar petições, revogações ou votar, a narrativa traz um western diferente, por mais simplista que pareça, na verdade são 99 minutos divertidos. É quase uma cápsula do tempo de filmes daquela época – o tipo de filme que donas de casa e mães iriam com seus filhos para assistir em uma matinê nos anos 1960.
“The Second Time Around” é uma comédia romântica encantadora e nostálgica que se destaca por suas atuações cativantes e pela sua abordagem divertida e perspicaz do amor e da mudança. É um filme que nos faz rir, torcer pelos personagens e refletir sobre a importância de seguir em frente e buscar novas oportunidades. Mesmo décadas após seu lançamento, ele continua a ser uma jóia do cinema, que nos transporta para uma época e um lugar fascinante.
Homenagem Póstuma: Margie Duncan (1930-2023)
Margie Duncan, uma dançarina e atriz dos anos 1960 que também foi substituta de sua amiga Debbie Reynolds, morreu aos 92 anos, em 3 de janeiro, após uma breve doença em sua casa em Los Angeles, Califórnia.
Duncan nasceu na Filadélfia, Pensilvânia, em 4 de setembro de 1930. A mais velha de duas filhas. Duncan se apresentou em sua cidade natal e na Academia de Música, onde se tornou uma talentosa sapateadora, mesmo local que Eddie Fisher, um cantor que mais tarde se casou com Reynolds.
Duncan mudou-se para a cidade de Nova York depois de se formar na Escola Católica de Callihan. Se apresentando na boate Versailles, Fisher trouxe Reynolds, sua noiva na época, para ver o show. e foi ali que se iniciou a amizade, após um jantar. Duncan se casou com o melhor amigo de Fisher desde o colégio, Bernie Rich, no mesmo ano em que Fisher e Reynolds. Duncan e Rich deram as boas-vindas a seu primogênito, Michael, em 1956. Ele nasceu um dia antes de Reynolds e Fisher terem sua filha Carrie Fisher.
Como substituta de Reynolds, Duncan trabalhou em estreita colaboração com os coreógrafos e depois ensinava as rotinas para sua amiga. Ela atuou como sua substituta nesse filme que resenhamos de 1961, “The Unsinkable Molly Brown”, de 1964, e “The Singing Nun”, de 1966, todos estrelados por Reynolds.
Duncan dirigia o DR Studios, onde Michael Jackson ensaiava “Thriller”. Por mais de três décadas, estrelas como Madonna, Bette Midler e Ann-Margret visitaram o estúdio para trabalhar em suas rotinas.
Reynolds faleceu em 2016, um dia depois de sua filha Carrie. Ela tinha 84 anos. Foi então que Duncan se aposentou do DR Studios. De acordo com a saída, ela passou seus últimos anos indo para a dança de salão todas as semanas.
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