Eric Clapton, Pete Townshend, Beach Boys, Roger Daltrey, Rolling Stones e Steve Miller. Esses são apenas alguns dos nomes com os quais Paul McCartney já trabalhou de uma maneira ou outra.
A lista de artistas, entretanto, é muito maior e inclui nomes bem menos conhecidos, numa prova da generosidade de Paul, que também dividiu seu talento como compositor com vários nomes.
Neste parte da série sobre os 80 anos de Macca, vamos mostrar algumas dessas canções que Paul deu para outros artistas..
Canções dadas para outros artistas
Como um dos Beatles, e parceiro de John Lennon, Paul McCartney passou boa parte dos anos 1960 compondo muito.
Várias vezes as canções que a dupla considerava inadequada para a banda eram oferecidas para outros artistas “amigos”.
Conheça algumas delas
Na época dos Beatles
“I Wanna Be Your Man” — Uma canção dada por Lennon e McCartney para os Rolling Stones. A canção (que também seria gravado pelo Fab Four e cantada por Ringo) foi o segundo single dos Stones e, apesar de Paul dizer que foi o primeiro nº 1 deles, a música ficou no 12º lugar. Entretanto, foi por causa dela que os Rolling Stones fizeram a sua primeira aparição no programa de TV Top of the Pops, da BBC.
“Bad to Me” (1963) — Dada de presente para o grupo Billy J. Kramer with The Dakotas e, segundo Billy, tendo sido escrita na parte de trás de uma van, a canção chegou ao nº 1 da arada inglesa.
“A World Without Love” (1964) — Composta basicamente por Paul, mas, como sempre, creditada para a dupla Lennon e McCartney, a música foi dada para o duo Peter and Gordon, do qual fazia parte Peter Asher, irmão da namorada de Paul, Jane, e que anos depois seguiria carreira como produtor, tendo como principal pupilo um tal de James Taylor.
A canção também chegou ao topo da parada inglesa.
“From a Window” (1964) — Outra música oferecida para Billy J. Kramer with The Dakotas, a canção, pouco memorável, chegou ao Top Five no Reino Unido.
“One and One Is Two” (1964) — Para mostrar que nem mesmo a grife Lennon e McCartney podia salvar uma canção ruim dada para um artista obscuro, “One and One Is Two” , gravado por The Strangers with Mike Shannon, nem chegou perto de entrar na parada do Reino Unido ou dos Estados Unidos, numa época na qual os Beatles já eram reis.
“Step Inside Love” (1968) — Composta especialmente para a cantora e amiga Cilla Black, que já havia gravado outras canções de Lennon e McCartney, a canção foi tema do programa de TV da artista (que ficou no ar entre 1968 e 1976) e deu a cantora mais um Top 10.
Ótima música.
“Goodbye” (1969) — Escrita para a pupila Mary Hopkin, “Goodbye” chegou ao segundo lugar da parada britânica que tinha no número 1 a canção “Get Back” de um tal de Beatles.
“Come and Get It” —Paul compôs e gravou um demo para a banda Badfinger. A versão deles é praticamente uma xeros do que McCartney havia feito (ouça e compare). Top 5 no Reino Unido.
“Penina” (1969) — Escrita por Paul enquanto estava de férias em Portugal, visitando o amigo, jornalista, escritor e biógrafo oficial dos Beatles, Hunter Davies, a canção foi gravada por dois artistas portugueses — o grupo Jotta Herre e o cantor Carlos Mendes.
— Estava de férias em Portugal e, uma noite, voltei para o hotel para tomar alguns drinks. Tinha uma banda tocando no bar e eu acabei tocando bateria. O hotel se chamava Penina e eu fiz a canção e dei para o grupo. Nunca pensei em gravá-la — disse Paul em uma entrevista.
Ele fez bem.
Na fase solo/Wings
“Six O’Clock” (1973) — Apesar das brigas e mágoas com a separação dos Beatles, a primeira canção dada por McCartney para outro artista acabou aparecendo no disco de um ex-companheiro de banda. “Six O’Clock” foi composta especialmente para Ringo Starr e aparece no seu álbum Ringo. Como estava com problemas de visto para entrar nos EUA, onde Starr gravava, Macca fez um demo e enviou para o amigo que a usou como base. Na versão final Paul aparece como compositor e arranjador, além de tocar piano sintetizador e fazer os backing vocals.
“Let’s Love” (1974) — Grande fã de músicas de cabaré, jazz e orquestras, Paul admirava a cantora Peggy Lee, cuja carreira começou nos anos 40, e resolveu dar a canção de presente para ela depois que a cantora o convidou (com sua esposa Linda) para um jantar após fazer um concerto no Royal Albert Hall. Paul também produziu a faixa.
“Mine for Me” (1974) — Oferecida para Rod Stewart após um show dos Faces, “Mine for Me” terminou aparecendo no Lp Smiler, projeto solo de Rod.
“Giddy” (1977) — Uma das histórias mais interessantes sobre canções dadas por Paul para outros. A canção, que apareceu no álbum One of the Boys, de Roger Daltrey, é uma mistura de duas canções diferentes de Paul, sendo que uma delas (“Rode All Night”) foi fruto de uma jam session de 1971! Ouça a versão de Daltrey e depois a jam de McCartney. Uma prova de que ele sabe melhorar uma canção.
“Private Property” e “Attention” (1981) — Paul compôs e, com os Wings, gravou essas duas canções para o álbum “Stop and Smell the Roses”, de Ringo Starr. São duas ótimas canções e é uma pena que não exista demos delas circulando em algum lugar da internet.
Na fase solo
“On the Wings of a Nightingale” (1984) — Paul finalmente teve a chance de homenagear seus ídolos Don e Phillip Everly, os Everly Brothers, com a bela canção “On the Wings of a Nightingale”. A faixa fez parte do disco EB 84, o primeiro da dupla em 11 anos. Curiosamente, o álbum e o single com a canção de Paul fizeram sucesso na Holanda.
“New Moon over Jamaica” (1988) —Paul sempre gostou de passar as férias na Jamaica. Outro astro que gostava de fazer o mesmo era Johnny Cash. Uma noite, Cash convidou Paul e Linda para jantar em sua casa e, observando a lua, escreveu a canção. Era um reggae. Mais tarde, Cash pediu uma música para Paul e ele transformou “New Moon over Jamaica” em uma canção country. Genial!!
Ouça as duas versões de “New Moon over Jamaica”.
“Veronica” (1989) — A parceria entre Paul e Elvis Costello estava a todo o vapor e um dos melhores frutos acabou no álbum “Spike”, de Costello. A inspiração para a canção foi a avó de Costello, que sofria de Alzheimer. Bela e emocionante. Combinação perfeita do estilo dos dois compositores.
“So Like Candy” and “Playboy to a Man” (1991) — Mais duas parcerias de Paul e Elvis Costello em outro álbum do liverpudiano menos nobre. “So Like Candy” tem uma versão com Paul nos vocais que é lindíssima.
“Yvonne’s the One” (1995) — Eric Stewart foi figurinha fácil nos álbuns de Paul no início e meados da década de 1980 e era de se esperar que escrevessem algo juntos. O resultado foi outra bela canção, que foi incuída no álbum Mirror, Mirror, do 10cc. A versão demo (com Paul cantando) é ainda mais bonita.
“If I Take You Home Tonight” (2015) — Para recompensar a ajuda de Diana Krall na gravação do álbum Kisses on the Botton (2012), Paul escreveu essa canção para Diana. Ela foi incluída no álbum Wallflower.
“Made for You” (2019) — Thelma Plum é um nome que poucos conhecem. A aborígene australiana acabou ganhando uma parceria com Paul de presente sem nem mesmo estar com ele. Um dia, Paul estava em um estúdio e ouviu uma música que estava sendo tocada. Entrou na sala, questionou quem era a cantora e perguntou ao produtor se poderia tocar uma linha de guitarra que estava em sua cabeça. Pedido aceito e Paul foi creditado como co-autor.
Caso ache que algo importante foi deixado de fora, escreva nos comentários.
Na próxima parte: aparições em discos de outros artistas
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