O diretor Christopher Nolan recentemente voltou a falar sobre o épico “Oppenheimer“, que narra a vida de J. Robert Oppenheimer, o homem por trás da criação da bomba atômica. No entanto, uma decisão específica no filme tem gerado controvérsia: a ausência das explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki.
Em uma conversa após uma exibição do filme em Nova York, Nolan defendeu sua escolha de não mostrar esses eventos devastadores. Ele explicou que a perspectiva do filme segue a visão específica de Oppenheimer.
Nolan, conhecido por sua abordagem subjetiva em filmes anteriores, manteve essa estratégia em “Oppenheimer”. O filme alterna entre as experiências do físico em cores e as memórias do presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA, Lewis Strauss, em sequências em preto e branco.
Nolan enfatizou que “Oppenheimer” não é um documentário, mas sim uma interpretação narrativa e dramática. O filme explora a versão dos eventos de Oppenheimer e sua bússola moral em constante evolução. Vemos sua disposição para encorajar alvos de bombardeio que causariam baixas em massa, a fim de demonstrar o poder da bomba, bem como seus subsequentes arrependimentos, que ele tornou públicos.
Uma cena crucial, relatada no documentário, mostra o cientista no Salão Oval anunciando que tem “sangue nas mãos” para um perplexo Harry S. Truman. Essa admissão levou o presidente a denunciar Oppenheimer como um “chorão” e tornar Oppenheimer quase um inimigo do governo.
Em última análise, a escolha de Christopher Nolan de não mostrar as explosões nucleares serve para manter o foco na experiência subjetiva de Oppenheimer e nas consequências não intencionais de suas ações. O filme nos lembra que, mesmo em meio à ciência e à política, há sempre histórias humanas profundas e nuances morais a serem exploradas.
Falando no assunto, um ótimo documentário sobre Oppenheimer é “To End All War: Oppenheimer & The Atomic Bomb”, confira aqui uma crítica.
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