Mais um caso polêmico envolvendo IA (inteligência artificial), que já faz tempo têm enganado ‘especialistas’ em diversas competições internacionais, de artes à fotografia. Agora foi a vez da Câmara Brasileira do Livro (CBL), instituição responsável por organizar o Prêmio Jabuti, que voltou atrás em sua decisão e desclassificou uma edição do clássico Frankenstein na categoria de Ilustração pelo motivo da arte presente no livro ter sido criada com inteligência artificial (IA).
O livro em questão, publicado pelo Clube de Literatura Clássica, traz ilustrações desenvolvidas por inteligência artificial e creditada ao designer Vicente Pessôa, que utilizou a ferramenta de imagens generativas chamada Midjourney. Segundo informações na imprensa, o ‘autor’ omitiu o papel da IA da ‘sua obra’ na competição. A CBL então, após análise, decidiu desclassificar a obra.
O Prêmio Jabuti é a mais prestigiada premiação literária do Brasil, e sua curadoria se deparou com um dilema inédito. O regulamento não previa casos envolvendo o uso de inteligência artificial, o que levou à revisão da indicação.
O cartunista André Dahmer, um dos jurados da categoria, expressou surpresa nas redes sociais. Ele afirmou não saber que as ilustrações eram fruto da IA e desconhecia a existência da ferramenta Midjourney. Dahmer também ponderou que, caso tivesse conhecimento da natureza da arte, teria avaliado o livro sob uma perspectiva diferente.
Essa polêmica traz à tona um debate mais amplo sobre o uso de inteligência artificial na criação artística. Enquanto alguns celebram a fusão entre tecnologia e expressão, outros questionam os limites éticos e autorais.
O caso do Frankenstein desclassificado do Prêmio Jabuti é apenas o começo. À medida que a IA se torna mais presente na produção cultural, novos desafios e polêmicas sem dúvidas surgirão. Questões sobre originalidade, créditos e direitos autorais precisam ser debatidas com o advento desta nova tecnologia.
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